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Seguro contra “calote” do governo renova máxima do ano; “sinal de alerta permanece”

Os contratos de CDS (Credit Default Swap) de 5 anos de títulos brasileiros renovaram a máxima do ano na última terça-feira (28), aos 296,8 pontos, indicando um aumento na percepção de risco do país.

“O sinal de alerta para ativos brasileiros permanece”, afirma Richard Rytenband, economista e CEO da Convex Research.

O CDS é uma espécie de seguro contra calote das dívidas (tanto de empresas quanto de governos) – por isso, a sua pontuação é utilizada como métrica para o nível de risco de determinada economia ou companhia.

Assim como um seguro, quanto mais alto tiver o CDS de um país, mais arriscado é investir nos títulos daquela nação. O contrário também é verdadeiro: se a pontuação do CDS de uma nação for muito baixa, significa que o mercado vê poucos riscos naquela economia.

“Esta é uma métrica que pode ser bastante útil na hora de analisar ativos brasileiros, pois sua pontuação mostra o risco de calote dos títulos soberanos do nosso país. Quando o CDS de 5 anos do Brasil está caindo, podemos entender que há um bom humor em relação aos ativos. Quando o CDS sobe, indica uma maior aversão ao risco dos nossos títulos”, explica o economista.

Mas segundo Rytenband, não se deve utilizar o indicador de forma isolada. “Use para extrair insigths, pegar anomalias, distorções. Se tiverem outras métricas apontando para a mesma direção, o sinal se torna mais relevante”.

Fonte: Bloomberg / Reprodução Twitter Richard Rytenband

Riscos fiscais ainda fora do radar

O CEO da Convex também aponta que a dinâmica do risco fiscal ainda segue fora do radar da maioria dos investidores nacionais. “Os estrangeiros já começaram a perceber e o nível do CDS mostra isso”, afirma.

Ele lembrou que houve um movimento parecido em 2013/2014.  “Só foram falar da nova matriz econômica quando já era tarde demais”, pontuou.

Em relatório recente, economistas da FGV (Fundação Getulio Vargas) destacaram que as desonerações tributárias para conter, principalmente, os preços dos combustíveis contribuíram para  elevar os riscos fiscais.

Além disso, eles lembraram que com a desaceleração da inflação, deverá haver piora dos indicadores fiscais “A taxa real de juros será elevada e isso pressionará a despesa com juros e a dívida pública”, afirmaram.

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