Na passagem de agosto para setembro, o Índice de Confiança do Consumidor (ICC) subiu 5,4 pontos, ticando em 89,0, o maior nível desde janeiro de 2020, quando estavam em 90,4. Segundo informações divulgadas hoje (26) pela Fundação Getulio Vargas (FGV), o índice avançou 3,3 pontos em médias móveis trimestrais.
“A confiança dos consumidores sobe pelo quarto mês consecutivo, influenciada pelas perspectivas mais otimistas em relação aos próximos meses, que pela primeira vez atingem os 100 pontos desde março de 2019. Tal resultado parece estar relacionado com a queda nas expectativas de inflação dos consumidores para os próximos 12 meses e um aumento do otimismo em relação ao mercado de trabalho”, disse Viviane Seda Bittencourt, coordenadora das Sondagens do Instituto Brasileiro de Economia da FGV (Ibre/FGV), em nota oficial.
De acordo com Viviane, há um aumento na intenção de consumo, exceto para os consumidores de renda mais baixa, o que reflete ainda dificuldades dessa classe.
“Além disso, a proximidade das eleições tem um efeito potencializador dessas expectativas. É necessário ter cautela nesses resultados, considerando uma política monetária ainda restritiva e a possibilidade de desaceleração da atividade econômica, que reduziria a velocidade de recuperação do mercado de trabalho”, acrescentou.
No mês de setembro, o Índice de Situação Atual (ISA) cresceu 1,6 ponto, para 73,3 pontos. Já o Índice de Expectativas (IE) subiu 7,6 pontos, para 100,2 pontos, maior nível desde dezembro de 2019.
A percepção sobre a situação econômica aumentou 2,5 pontos, para 82,3 pontos, maior nível desde fevereiro de 2020. A avaliação sobre a situação financeira da família cresceu 0,8 ponto, para 64,9 pontos, o que é um nível ainda baixo em termos históricos.
O item que mais contribuiu para a alta da confiança no mês foi o que mede o otimismo das famílias em relação à situação financeira nos próximos seis meses, com alta de 10,4 pontos, para 100,8 pontos.
O componente que mede a situação econômica como um todo avançou 6,1 pontos, para 115,4 pontos. A intenção de compra de bens duráveis teve alta de 5,4 pontos, acumulando alta de 16,7 pontos nos dois últimos meses, para 84,4 pontos.
Ainda, a análise por faixa de renda mostrou que o resultado positivo foi mais influenciado pelos consumidores com maior poder aquisitivo, cuja confiança se mantém acima dos 90 pontos.
O indicador de confiança avançou mais para as famílias com renda mensal entre R$ 4.800,01 e R$ 9.600,00, com alta de 10,7 pontos para 98,3 pontos. Entre as famílias com renda mensal até R$ 2.100,00, o indicador subiu 1,3 ponto, para 76,3 pontos.
A Sondagem do Consumidor foi feita pela FGV entre os dias 1º e 21 de setembro.
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