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Mercado americano e brasileiro sinalizam “descontinuidade”; economia global mostra deterioração

Os mercados acionários brasileiro e norte-americano continuam apresentando sinais de descontinuidade de curto prazo, indicado um momento complicado para operações de compras nas bolsas de valores.

Em relatório enviado a clientes, Richard Rytenband, economista e CEO da Convex Research, destacou que os sinais técnicos nos Estados Unidos continuam ruins e citou alguns exemplos.

Entre eles, ele aponta que a volatilidade dos índices acionários americanos está distorcida em relação a outras classes de ativos e do próprio mercado acionário.

Além disso, vem sendo observado um aumento nas vendas por parte de “insiders” – diretores de empresas de capital aberto que preferem se desfazer dos papéis diante das incertezas atuais.

Outro ponto é o elevado número de apostas na queda dos índices acionários, além da baixa procura por proteção de carteiras, que está nos patamares mínimos históricos.

No relatório, Rytenband ainda destacou que o coeficiente de hurst (medida utilizada para determinar a memória longa e similaridades em séries temporais) semanal está se aproximando de 0.50, o que sinaliza o início de uma persistência tendência de queda.

Desde o começo do ano, o S&P 500, principal índice de ações dos Estados Unidos, já recuou mais de 22%. O Nasdaq, que reúne as maiores empresas de tecnologia do mundo, já perdeu 29% desde o início de 2022.

Aqui no Brasil, o Ibovespa também segue em trajetória de queda. Nos últimos 30 dias, o principal índice de ações do mercado nacional recuou 9%, passando dos 110 mil pontos para a faixa dos 200 mil pontos.

Segundo o CEO da Convex, o mercado acionário continua divergindo em termos de precificação de riscos com as demais classes de ativos.

“Uma dinâmica que tem aparecido com frequência são recuperações de curtíssimo prazo, seguido da retomada da descontinuidade de curto prazo”, afirma.

Economia global

Indicadores de alta frequência também mostram uma aceleração da deterioração da economia global nas últimas semanas, com destaque para a economia dos Estados Unidos.

O cenário de estagflação (baixo crescimento aliado a pressões inflacionárias) também segue se consolidando em todo o mundo – algo que a imprensa tradicional começou a falar recentemente, mas que Rytenband vem alertando há muito tempo.

Nos EUA, o último CPI (índice de preços ao consumidor, na sigla em inglês) divulgado mostrou uma inflação de 8,6% na base anual no mês de maio, maior número desde 1981.

Diante deste cenário, o mercado está em alerta. Uma pesquisa da Sifma (Securities Industry and Financial Markets Association) divulgada esta semana mostrou que 80% dos economistas norte-americanos apontaram a estagflação como o maior risco de longo prazo para a economia do país.

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