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Elon Musk pode fazer liberdade de expressão ‘reviver’ no Twitter, diz Edilson Osório

A compra do Twitter pelo bilionário Elon Musk, dono da Tesla e da SpaceX, pode trazer uma série de vantagens para a plataforma, na opinião de Edilson Osório, CTO (Chief Technology Officer) da Convex Research. A principal delas é fazer com que as discussões e interações entre usuários aconteça de maneira orgânica, sem a interferência de Bots (robôs) para gerar engajamento e audiência artificial.

Ele destaca que a grande quantidade de robôs afeta diretamente a qualidade do conteúdo que é distribuído na rede social. “Não existe livre expressão em um ambiente cuja narrativa é sequestrada por Bots. O usuário passa a ser apenas uma marionete das narrativas que foram implantadas artificialmente por empresas, partidos políticos, etc”, criticou, em entrevista ao Money Crunch.

Osório aponta que os algoritmos atuais do Twitter também são muito focados em polêmicas – pois este tipo de conteúdo gera mais engajamento.  A partir do momento em que a empresa volta a ser privada e não tem mais a ‘ânsia pelo lucro’ dos acionistas, esses algoritmos devem tornar-se secundários.

“A busca de lucro vai continuar existindo, mas deixa de ser a grande prioridade”, afirma.

As mudanças que Elon Musk sinalizou que pretende implementar são as seguintes: eliminar os Bots, fazer uma autenticação dos usuários para garantir que são realmente humanos e transformar a plataforma em open source (código-fonte aberto).

Segundo Osório, o código-fonte aberto vai trazer transparência em relação aos métodos aplicados pelo Twitter, que poderão ser aprimorados por desenvolvedores e contar com a participação pública.

“A empresa poderá trazer um método de moderação das mensagens mais descentralizado feito pelas comunidades”, diz o CTO da Convex.

Em relação à autenticação de usuários para garantir que são humanos (e não robôs), o especialista destaca que o processo não deverá exigir a apresentação de documentos pessoais.  

“Espero que Musk tenha isso em mente e saiba que a guarda de dados pessoais demanda muita responsabilidade e é absolutamente desnecessária quando falamos nesse tipo de autenticação. Nós só precisamos provar que aquele usuário é realmente um humano e isso não se faz com documento”, destaca.

“Se as mudanças que Musk prometeu forem implementadas e funcionarem corretamente, aí sim teremos uma plataforma onde a livre expressão poderá ser executada”, conclui Osório.

Sobre a compra

O acordo para a compra do Twitter foi fechado na última segunda-feira (25) por US$44 bilhões. Com a aquisição, a rede social passa a ser uma empresa privada e cada acionista receberá US$54,20 por ação.

“Quero tornar o Twitter melhor do que nunca, aprimorando o produto com novos recursos, tornando os algoritmos de código aberto para aumentar a confiança, derrotando os bots de spam e autenticando todos os humanos. O Twitter tem um tremendo potencial – estou ansioso para trabalhar com a empresa e a comunidade de usuários para desbloqueá-lo” declarou Musk em um comunicado à imprensa.

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