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A visão dos gestores de fundos sobre acontecimentos que mexeram com o mercado

2022 terminou com bastante volatilidade no mercado financeiro à medida que os investidores precisaram digerir uma série de acontecimentos que devem influenciar o preço dos ativos nos próximos meses.

No âmbito fiscal, as preocupações ficaram ainda mais evidentes com a PEC da Transição. Após muita negociação e algumas mudanças no texto original, o documento foi aprovado no Congresso permitindo novo governo deixar o valor de R$ 145 bilhões do Orçamento de 2023 fora do teto de gastos.

Além disso, também mexeu com o mercado a escolha de nomes para a equipe econômica. Fernando Haddad foi anunciado à frente do Ministério da Fazenda e Aloisio Mercadante foi escalado para assumir o BNDES – causando ainda mais apreensão por conta da necessidade de mudança na Lei das Estatais.

Diante destes acontecimentos, os gestores de fundos tiveram que lidar com um mercado tenso e volátil no último mês do ano passado.

Nas cartas de gestão, é possível ver as impressões destes profissionais sobre os principais assuntos que mexeram com os ativos em dezembro.

Risco fiscal

Bahia Asset:

“ A aprovação da PEC representa o abandono “formal” do arcabouço fiscal vigente sem uma nova regra para controle de gastos públicos. Nesse sentido, justificada pelo temor de não convergência da dívida, houve deterioração das expectativas registradas no Focus para a inflação dos próximos 3 anos”

TAG Investimentos:

“As medidas fiscais que estão sendo tomadas neste início de governo assustam pelo excesso de gastos, sem aparente contrapartida de receitas”.

GAP Asset:

“O desarranjo fiscal demandará potenciais aumentos de impostos e/ou a inflação mais alta pressionará a renda e o consumo das famílias, prejudicando os lucros das empresas”.

Garde Asset:

“A definição do novo arcabouço fiscal apresenta um grande risco de desancoragem, uma vez que o novo governo não parece reconhecer as limitações fiscais para a estabilização da dívida, podendo resultar em uma crise fiscal como a vista em 2015”.

Equipe econômica e discursos recentes

Bahia Asset:

“As nomeações de Fernando Haddad para o cargo de Ministro da Fazenda e de Aloizio Mercadante como presidente do BNDES aumentaram a preocupação do mercado quanto ao uso de políticas heterodoxas na condução da economia”.

GAP Asset:

“As sinalizações do novo governo continuaram bastante ruins. As escolhas para os ministérios refletiram muito pouco a prometida “frente ampla” e trouxeram posições de destaque para o núcleo duro petista, inclusive os mais radicais (…)
(…) Os discursos de Lula e dos demais ministros seguiram uníssonos na direção de diagnósticos e políticas econômicas heterodoxas e desenvolvimentistas”

Principais indicadores econômicos

Santander Asset:

Para 2023, o efeito mais intenso da política monetária restritiva e o impacto do cenário global desfavorável devem continuar pesando sobre a atividade. Nossa projeção para o PIB de 2023 segue em 1,0% versus os 3,0% esperados para 2022.

Mantemos a expectativa de início do ciclo de redução da Selic a partir da segunda metade deste ano; projetamos juros em 11,75% ao final de 2023

GAP Asset:

“Nesse cenário, as expectativas provavelmente continuarão desancorando, inviabilizando um corte de juros que antes estava contratado para o fim do primeiro semestre. O crescimento sofrerá com as condições financeiras mais apertadas e a inflação manterá um viés de alta (tanto por expectativas quanto pelo potencial aumento de impostos que está por vir). Ou seja, um cenário bastante desafiador e que exigirá mais prêmios nos ativos”.

Entre em contato com a redação Money Crunch: imprensa@moneycrunch.com.br

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