Conforme dados divulgados pela Lavca, associação para investimento de capital privado na América Latina, os investimentos de venture capital na região caíram para US$ 2,4 bilhões (R$ 12,5 bilhões) no segundo trimestre do ano, de US$ 5 bilhões (R$ 26 bilhões) no mesmo período de 2021.
Em meio a uma forte queda nos investimentos no setor, fundadores de unicórnios brasileiros – como são conhecidas as startups avaliadas em mais de US$ 1 bilhão – acreditam que será necessário ajustar os negócios para reduzir a queima de caixa. As informações são de pesquisa do fundo de venture capital Atlântico.
Os fundadores de unicórnios consultados concordam que seus concorrentes também terão que se ajustar para diminuir a queima de caixa: 37% dizem que suas companhias farão isso e 50% acham que será necessário nos rivais.
Embora apenas 5% desses executivos acreditem que sua empresa terá que fechar ou ser vendida às pressas, 33% acham que isso acontecerá na concorrência.
Segundo a pesquisa do Atlântico, as medidas mais comuns para reduzir queima de caixa são congelamento de contratações, redução de gastos com marketing e demissões. Aproximadamente 80% das startups que demitiram pessoal cortaram 10% ou menos da força de trabalho.
Porém, na visão de Julio Vasconcellos, sócio do Atlântico, mesmo que tenha ficado mais difícil levantar capital, a América Latina ainda tem boas oportunidades.
Com a pandemia de Covid-19, a penetração da internet cresceu em países da região, atingindo 78% – ficando acima dos 69% visto na China e mais próximo dos índices de países desenvolvidos. Nos Estados Unidos, esse valor é de 92%.
O crescimento na participação do comércio eletrônico nas vendas no Brasil para cerca de 7% parece ser permanente, enquanto nos EUA o movimento escalou de volta aos níveis pré-pandemia.
Os investidores ainda se mostram otimistas com o potencial de lucros com essas companhias na América Latina, apesar da queda nos preços de ações de empresas de tecnologia nos países desenvolvidos, explicou Vasconcellos.
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